sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Mississippi em chamas": Edgar Ray Killen é considerado culpado

FILADÉLFIA, EUA,  - O ex-líder da Ku Klux Klan (KKK), Edgar Ray Killen, de 80 anos, foi considerado culpado pelo júri, nesta terça-feira, de três acusações de homicídio, coincidindo com o 41º aniversário do assassinato de três ativistas dos direitos civis no Mississipi. Killen, que alega inocência, poderá ser condenado a uma pena que varia de 20 anos à prisão perpétua, mas seus advogados afirmaram que vão recorrer.
O ex-líder da Ku Klux Klan ouviu o veredicto sentado em uma cadeira de rodas e usando um aparelho respiratório que cobriu seu rosto.
Os 12 membros do júri - nove brancos e três negros - se reuniram durante duas horas e meia na segunda-feira, sem chegar a um acordo e reiniciaram suas deliberações nesta terça-feira, chegando ao veredicto de culpabilidade.
Na segunda-feira, após o encerramento das alegações do julgamento iniciado no último dia 13, o juiz Marcus Gordon autorizou a deliberação do júri. Duas horas e meia depois, funcionários da corte disseram que os jurados haviam informado ao magistrado que o resultado de sua discussão tinha dado empate.
Se a divisão persistisse, o juiz poderia ter declarado a anulação do julgamento ou até mesmo a absolvição do réu.
Após a retomada das deliberações, nesta terça-feira, a defesa de Killen pediu a absolvição do pastor batista em suas alegações finais, segundo informações dos funcionários do tribunal.
Killen foi considerado culpado da autoria intelectual do homicídio dos três militantes - os judeus Michael Schwerner, de 24 anos, e Andy Goodman, de 20, e o negro James Chaney, de 21 -, após ter sido absolvido em um julgamento celebrado em 1967, quando uma mulher integrante do júri disse que não poderia condenar Killen por ele ser pastor.
O caso comoveu os Estados Unidos e inspirou o filme "Mississipi em Chamas", de 1988, protagonizado por Gene Hackman e Willem Dafoe.
Dezoito membros da KKK, entre eles Killen, foram denunciados em 1964. Sete foram condenados por um júri totalmente integrado por brancos e sentenciados, em 1967, a penas de prisão entre 3 e 10 anos.
Em 21 de junho de 1964, os três ativistas - Schwerner, Goodman e Chaney -, que faziam campanha pelo registro de negros nas eleições, foram detidos pela polícia sob a acusação falsa de excesso de velocidade e, após serem libertados tarde da noite, foram emboscados por membros da KKK e da polícia. Os corpos dos três jovens, com sinais de espancamento e crivados de balas, foram encontrados 44 dias depois em uma represa, após uma intensa busca do FBI (polícia federal americana).

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