sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Governo limita número de alunos em turmas

Aprovada pelo Senado, medida vai seguir para Câmara dos Deputados


Um projeto de lei aprovado pelo Senado ontem determina que as turmas de pré-escola e dos 1º e 2º anos do ensino fundamental da rede pública deverão ter o máximo de 25 alunos. As classes dos anos seguintes do ensino fundamental e do ensino médio devem ter até 35 estudantes, segundo o projeto.

A medida, que será encaminhada à Câmara dos Deputados, joga luz na realidade de muitas escolas da capital, como afirma o presidente do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação Minas Gerais (Sind-Ute/MG), Paulo Henrique Fonseca. "Belo Horizonte ainda possui muitas escolas com superlotação. Acho que os limites do projeto poderiam ser mais rígidos", disse.

Apesar de Minas já possuir uma lei que estipula o limite de 25 alunos para os anos iniciais do ensino fundamental, 35 estudantes para as séries seguintes e 40 para o ensino médio, o presidente da Federação das Associações de Pais e Alunos de Escolas Públicas de Minas Gerais (Fapaemg), Mário de Assis, também ressalta o excesso de alunos. "Quase todas as escolas reclamam. Em salas mais vazias, o professor pode dar uma atenção mais individualizada, e a qualidade do ensino aumenta".
Lotação. Sem saber informar a média de alunos por salas de aula, as assessorias das secretarias de Estado e municipal de Educação afirmaram que todas as escolas das redes obedecem aos limites impostos pelo governo do Estado e pela Lei Orgânica do Município. O representante do Sind-Ute/MG questionou. "Sabemos que não é bem assim. O problema é geral".

Para a diretora da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino, Maria das Graças de Oliveira, a lei irá além da melhora na qualidade de ensino e nas condições de trabalho no setor. "A novidade vai abrir muito mais vagas para professores", acredita a professora e autora de uma dissertação de mestrado sobre o tema.
Salas chegam a ter até 52 alunos
Para a professora de ciências Idalina de Oliveira, que trabalha na Escola Estadual Professora Maria Amélia Guimarães, no bairro Pirajá, na região Nordeste de Belo Horizonte, a superlotação tem sido uma realidade. De acordo com ela, como o Estado não libera a criação de novas turmas no início de cada ano letivo, a escola é obrigada a montar salas com grandes quantidades de alunos. "Só lá para o mês de abril, quando as turmas estão com até 52 alunos, é que eles liberam o remanejamento", contou.

Apesar de haver essas mudanças a partir dos meses de abril e maio, os números continuam altos para a professora Idalina. Enquanto o novo projeto de lei determina até 35 estudantes para o ensino fundamental, ela enfrenta classes mais cheias. "Eu tenho turmas de 36, 38, 42 e até 44 alunos. Imagina um professor ministrar um conteúdo para essa quantidade de alunos? É muito difícil. Acho que não deveria passar de 30 estudantes", disse, ressaltando conhecer outras instituições de ensino que enfrentam o mesmo problema. (JHC)

Nenhum comentário:

O ENCONTRO DO EUROPEU COM O AFRICANO

O ENCONTRO DO EUROPEU COM O AFRICANO Trabalho apresentado a Unopar por: LEONARDO CLEBER O homem moderno europeu apesar do...