terça-feira, 6 de novembro de 2012

CONQUISTA E COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA

CONQUISTA E COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA




A conquista da América pelos espanhóis e portugueses iniciou-se no final do século XV, a princípio sem obedecer a uma planificação, mas com objetivos gerais definidos. A expansão marítima espanhola e portuguesa enquadra-se no processo de formação do capitalismo, caracterizado naquele momento pelas práticas mercantilistas. O Mercantilismo é entendido como um conjunto de práticas, adotadas pelo Estado absolutista na época moderna, com o objetivo de obter e preservar riqueza adotada pelos Estados Modernos. Os fatores que levaram à colonização das Américas estão ligados à profunda crise que abalou a Europa, a partir do século XIII. A falta de mercados, a grande fome, as epidemias e a super exploração pela nobreza feudal fizeram desaparecer grande quantidade de camponeses e, como conseqüência, houve o retraimento do comércio. A colonização passa a ser vista como uma promissora chance de recuperação de uma Europa em crise, política, econômica, social e religiosa. Este acontecimento está diretamente relacionada à expansão marítima e comercial levada a cabo pelos países ibéricos, Portugal e Espanha, e realizou-se com a perda de milhões de vidas e o extermínio completo de muitas civilizações indígenas simplesmente para que a balança comercial fosse favorável.

Quando da chegada ao Novo Mundo e sua conquista, os europeus definiam a si mesmos, antes de mais nada, como cristãos, e foi nessa qualidade que chegaram à América. Por isso, a ocupação da América foi concebida pelos ibéricos como um dever ou uma missão religiosa, cujo objetivo último era difundir a fé cristã e a promoção da cristianização dos índios na salvação de sua alma. É válido lembrar que o primeiro encontro entre o navegador e o indígena celebraria um misto de espanto, fascínio e terror, no que se deve tal fato, principalmente ao contraste cultural dos povos: a visão de superioridade cristã do europeu, de frente com um indivíduo não-cristão, e portanto, dado como ser “primitivo, inferior e selvagem”. O discurso era afirmado pela realeza e seus aventureiros e era essa a ocupação de atores deste contexto como os jesuítas: esse consenso cultural inicial havia caminhado para a elaboração de uma política indigenista voltada à conversão dos índios, uma vez que o lugar do novo mundo ainda seria mistificado pela idéia de feitiços que poderiam cercar as populações primitiva.

Se por um lado o Novo Mundo representava um eldorado de oportunidades para europeus ávidos por riquezas e metais preciosos, por outro ele se transformou num verdadeiro inferno e numa dolorosa provação para aqueles que foram submetidos pela força, ao jugo dominador das nações européias. A colonização efetiva do continente americano pelos espanhóis começou em 1492, quando Cristóvão Colombo fundou a colônia de Natividade. Aqui encontrou o continente habitado há muito tempo por várias civilizações e povos. Os povos pré-colombianos apresentavam diferentes estágios de desenvolvimento cultural e material, classificados em: sociedades de coletores, caçadores e sociedades agrárias. Dentro deste segundo grupo, três culturas merecem maior destaque: os maias e os astecas, no México e América Central, e os incas na Cordilheira dos Andes, na América do Sul. Alcançaram notáveis conhecimentos de astronomia e matemática, além de dominarem técnicas complexas de construção, metalurgia e cerâmica. Não conheciam a roda e o cavalo, mas desenvolveram técnicas eficientes de agricultura. Enquanto o fim da cultura maia é até hoje um mistério, sabemos que os povos astecas e incas decaíram perante a conquista espanhola. A partir daí, iniciou-se de modo irreversível o embrião daquele que se transformaria num dos maiores impérios do mundo: O Império Espanhol na América.Na primeira excursão espanhola à América Central, em 1519, quando se deparou com a capital asteca, Fernando Cortez descobriu que, passear por Tenochtitlán era como visitar a Atenas de Aristóteles: milhares de índios, com capas sobre os ombros. fervilhavam entre mercados, palácios e oficinas espalhadas por todos os cantos. Sua população girava em torno de 300 000 habitantes, num período em que 50.000 almas eram mais do que suficientes para dar a qualquer cidade européia o status de grande centro urbano. A busca por riquezas e a conversão dos índios ao cristianismo foram, entre outros fatores, as bases motivadoras do projeto colonial em território americano. Inúmeras atrocidades foram cometidas contra os povos dominados. A cruel matança de indígenas, bem como a ganância e a sede espanhola por metais preciosos, foi muito bem retratada, como podemos perceber no trecho que se segue: “A causa pela qual os espanhóis destruíram tal infinidade de almas foi unicamente, senão o ouro(...) e assim morreram sem fé e sem sacramentos, tantos milhões de pessoas”. (Las Casas, 2001, p. 32)

Tão logo foram descobertas as minas de ouro e prata no Peru e no México, a coroa espanhola começou a explorá-las, utilizando-se para isso da mão-de-obra indígena. A partir daí, foi organizado um vasto sistema de exploração econômica, que baseava-se na servidão e na escravidão dos gentios da terra. O trabalho forçado mostrou-se prejudicial aos índios, uma vez que os mesmos não estavam acostumados a uma existência calcada no trabalho sistemático e no sedentarismo imposto pelos europeus. Some-se a isso as doenças típicas do homem branco, o sadismo e o instinto bestial dos colonizadores e o resultado obtido foi a morte incontida de milhões de indígenas, bem como o desaparecimento completo de muitas civilizações. Os povos da América ficaram Impressionados com o comportamento dos espanhóis diante daquele metal amarelo.

No Brasil, Portugal, com a faculdade técnica e à abundância de terras foi preciso adicionar um fator importante: a disponibilidade de mão-de-obra, resolvida inicialmente com a escravização do americano nativo necessitrava de uma norma forma de escravidão. O período colonial da história brasileira foi parte de um movimento de colonialismo, que teve seu próprio dinamismo e suas contradições. O colonialismo moderno, isto é, aquele formado e desenvolvido desde o século XV, baseou-se em converter pessoas e recursos naturais em mercadorias, mediante o sistema mercantil internacionalizado mediante um uso irrestrito de força militar e com o apoio ideológico da religião. Açúcar e escravidão assumiram, à época, uma relação unívoca para os interesses metropolitanos e coloniais: A proximidade do continente africano das terras americanas teve gravíssimas conseqüências para as civilizações negras. As comunidades de agricultores e pastores africanos apresentaram-se ,para o mercantilismo europeu, com ótimas e inesgotáveis sementeiras de cativos. E, para a lógica mercantilista, não podia ser diferente. Historicamente, o cativeiro era a organização econômica que melhor se adaptava à valorização das terras americanas. Sem falar que o trafico negreiro se transformou em um comercio bastante lucrativo. Quando Portugal implantou no Brasil a escravidão negra, o trafico negreiro já era um grande negócio na Europa, ou seja, a escravidão se estabeleceu para sustentar o comercio de homens, altamente lucrativo para as metrópoles.

Podemos concluir que os europeus que vieram para as Américas, buscavam riquezas; ouro e prata, estimulados pelo mercantilismo e capitalismo nascente, e acabaram por destruir civilizações que aqui habitavam. A ganância dos europeus era justificada pela sua superioridade, eles se sentiam autênticos donos do mundo e poderiam usar de qualquer meios para que isto se realizasse. Subjulgando os povos nativos da America e África atraves da exploração e escravidão.

































Bibliografia

LIMA, Gleiton Luiz. História do Brasil I: Brasil Colônia. Londrina: Editora CDI HISTORIA MODULO 3 2008 p. 91-136

HILÁRIO, Janaína Carla S. História da América I. Londrina: Editora CDI HISTORIA MODULO 3 2008 p.57-92.

FERRAZ, Francisco César Alves.Historia Moderna I. Londrina: Editora CDI HISTORIA MODULO 3 2008 p.137-178.



LAS CASAS, Frei Bartolomé de. O Paraíso Destruído. A Sangrenta História da Conquista da América. Porto Alegre: L&PM Pocket/Descobertas, 2001.

BRANCO, Patrícia Castelo.História da África. Londrina: Editora CDI HISTORIA MODULO 3 2008 p.31-56

DEVEZA, Felipe. O caminho da prata de Potosi até Sevilha (séculos XVI e XVII). Revista

Navigator, Rio de Janeiro, v. 2, n. 4, 2006. Disponível em: . Acesso em: 21 maio 2008



BRAIK, Patrícia. Colonização das Américas.Casa de História Disponível em:< http://www.casadehistoria.com.br/cont_07_01.htm> Acesso em: 03 junho 2008





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