quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Por que o mundo não acabou ontem

A NASA publicou um vídeo com antecedência sobre o fim do mundo. Durante um pouco mais de quatro minutos, a NASA narra como se fosse dia 22 de dezembro e explica por quais motivos o mundo não acabou em 21 de dezembro.Quem tiver curiosidade é só seguir o link abaixo para vê-lo diretamente no youtube: http://www.youtube.com/watch?v=HDitypU2LR8 A NASA justifica os motivos pelos quais as supostas previsões maias de que a humanidade se extinguiria são falsas. Chamado de "Por que o mundo não acabou ontem", o vídeo parte da premissa de que, se o internauta vê o vídeo dia 22 de dezembro, significa que o planeta não foi destruído. No vídeo a NASA diz que não existe nenhuma profecia que indique o fim do mundo nesse dia. Segundo ela, a crença no fim do mundo nessa data acontece por causa do calendário maia. A NASA explica que o fim do calendário não significa que o mundo irá acabar. Apenas que uma nova contagem começará. O vídeo afirma que as ruínas da antiga civilização não têm informações sobre uma possível destruição do planeta. A Agência Espacial Americana esclarece com riqueza de detalhes os motivos pelos quais a profecia não se concretizará. Além disso, o vídeo afirma que não há nenhum planeta, asteroide ou cometa que possa se chocar com a Terra. "Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai” .(Marcos 13: 32)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Governo limita número de alunos em turmas

Aprovada pelo Senado, medida vai seguir para Câmara dos Deputados


Um projeto de lei aprovado pelo Senado ontem determina que as turmas de pré-escola e dos 1º e 2º anos do ensino fundamental da rede pública deverão ter o máximo de 25 alunos. As classes dos anos seguintes do ensino fundamental e do ensino médio devem ter até 35 estudantes, segundo o projeto.

A medida, que será encaminhada à Câmara dos Deputados, joga luz na realidade de muitas escolas da capital, como afirma o presidente do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação Minas Gerais (Sind-Ute/MG), Paulo Henrique Fonseca. "Belo Horizonte ainda possui muitas escolas com superlotação. Acho que os limites do projeto poderiam ser mais rígidos", disse.

Apesar de Minas já possuir uma lei que estipula o limite de 25 alunos para os anos iniciais do ensino fundamental, 35 estudantes para as séries seguintes e 40 para o ensino médio, o presidente da Federação das Associações de Pais e Alunos de Escolas Públicas de Minas Gerais (Fapaemg), Mário de Assis, também ressalta o excesso de alunos. "Quase todas as escolas reclamam. Em salas mais vazias, o professor pode dar uma atenção mais individualizada, e a qualidade do ensino aumenta".
Lotação. Sem saber informar a média de alunos por salas de aula, as assessorias das secretarias de Estado e municipal de Educação afirmaram que todas as escolas das redes obedecem aos limites impostos pelo governo do Estado e pela Lei Orgânica do Município. O representante do Sind-Ute/MG questionou. "Sabemos que não é bem assim. O problema é geral".

Para a diretora da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino, Maria das Graças de Oliveira, a lei irá além da melhora na qualidade de ensino e nas condições de trabalho no setor. "A novidade vai abrir muito mais vagas para professores", acredita a professora e autora de uma dissertação de mestrado sobre o tema.
Salas chegam a ter até 52 alunos
Para a professora de ciências Idalina de Oliveira, que trabalha na Escola Estadual Professora Maria Amélia Guimarães, no bairro Pirajá, na região Nordeste de Belo Horizonte, a superlotação tem sido uma realidade. De acordo com ela, como o Estado não libera a criação de novas turmas no início de cada ano letivo, a escola é obrigada a montar salas com grandes quantidades de alunos. "Só lá para o mês de abril, quando as turmas estão com até 52 alunos, é que eles liberam o remanejamento", contou.

Apesar de haver essas mudanças a partir dos meses de abril e maio, os números continuam altos para a professora Idalina. Enquanto o novo projeto de lei determina até 35 estudantes para o ensino fundamental, ela enfrenta classes mais cheias. "Eu tenho turmas de 36, 38, 42 e até 44 alunos. Imagina um professor ministrar um conteúdo para essa quantidade de alunos? É muito difícil. Acho que não deveria passar de 30 estudantes", disse, ressaltando conhecer outras instituições de ensino que enfrentam o mesmo problema. (JHC)

A pauleira resiste

O heavy metal mineiro comemora 30 anos com lançamento de livro da Cogumelo Records

Faça esse teste quando viajar ao exterior. Pergunte a seus novos amigos gringos, latinos, europeus ou asiáticos: “O que você conhece do Brasil?”. Permita-se a surpresa de ouvir, entre as clássicas palavras-chave “samba”, “Pelé” e “carnaval”, o nome de uma das bandas mais importantes da história do heavy metal: Sepultura. Nascido no Bairro Santa Tereza, a poucos metros do Clube da Esquina, o grupo foi o grande responsável, junto aos amigos paulistas do Ratos de Porão, por projetar, nas décadas de 1980 e 1990, o metal brasileiro para o mundo. 

Apesar de sua inegável relevância histórica e sonora, a trupe dos irmãos Cavalera e dos amigos Paulo Jr. e Jairo Guedz não navegava em um barco solitário. O Sepultura era produto de uma das mais calorosas e férteis cenas musicais da capital mineira, que gerou bandas igualmente simbólicas. É uma lista extensa, que começa com o Sagrado Inferno, formado em 1983 e considerado o primeiro grupo de metal em Minas, e passa por nomes como Chakal, Overdose, Sarcófago, Witchhammer, SexTrash, Holocausto, The Mist e Mutilator. Ao lado de São Paulo, BH passou a despontar como a maior exportadora de metal tupiniquim. Tudo graças a um importante elo que mantém abastecida, até hoje, a produção mineira e nacional: a gravadora Cogumelo Records.

Fundada em 1980 pelo casal João Eduardo de Faria Filho e Creuza Pereira de Faria, mais conhecida como Pat, a emblemática loja de discos transformou-se, cinco anos depois, no selo responsável pelos discos mais importantes do metal nacional, agregando bandas do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Bahia e Paraná. Em BH, irrompeu uma verdadeira revolução sonora e comportamental com a safra de álbuns que vieram após 1986, ano que marcou o lançamento da coletânea Warfare Noise e do épico Split LP, que trouxe, de um lado, o primeiro disco do Sepultura, Bestial Devastation; e de outro, o debut do Overdose, Século XX. Notória descobridora de tesouros, a gravadora continuou seu trabalho nos anos subsequentes projetando bandas como Drowned, Eminence, Hammurabi, Lustful, Thespian e Pathologic Noise.

 Veja aqui a galeria de fotos com as melhores bandas de Heavy Metal de BH 
 Celebrando três décadas de atividades, a Cogumelo lançou, em junho deste ano, seu primeiro registro escrito: o livro Cogumelo 30 anos. Com 197 páginas e publicado de forma independente, o trabalho consiste num apanhado de textos, imagens e recortes históricos, além de todo o catálogo da gravadora em detalhe. Um verdadeiro baú de memórias, que salta aos olhos dos camisas-pretas das antigas e serve como guia para os aspirantes a metaleiro. “A Cogumelo representou a alavanca que impulsionou o heavy metal mineiro e nacional. Continuamos a fazer o nosso papel, que é exclusivamente o de sempre apoiar a música pesada. Foi sempre a nossa opção e o nosso diferencial em relação a outras gravadoras brasileiras”, conta João Eduardo.

Para seguir na jornada, João e Pat tiveram que superar uma série de adversidades, como os reflexos da Ditadura Militar e da instabilidade econômica do país. “Nossa maior surpresa foi ver que o velho regime ainda estava vivo à espreita. Tínhamos que submeter o trabalho dos músicos à censura e, muitas vezes, usar a criatividade para conseguir lançar os discos”, recorda João. Com a crise do petróleo e sem estúdios, as primeiras gravações beiravam a precariedade, fator que se voltaria a favor da Cogumelo, uma vez que esses registros pioneiros, conhecidos pela crueza e a ferocidade, são os mais procurados pelos fãs atualmente.
 Outra barreira foi o estranhamento com a temática e o conteúdo das músicas, que levaram, em muitos casos, lojistas e investidores a fazer pouco caso da gravadora. Mas já era esperada a reação equivocada e até preconceituosa dos desavisados ao peso das composições e às temáticas ligadas ao ocultismo e ao sobrenatural – ainda mais na tradicional Belo Horizonte. “A gente entrava nas lojas com nossos discos debaixo dos braços e só ouvia risada”, diz João. Contudo, a capacidade do gênero de se reinventar e superar obstáculos, bem como o crescimento das vendas e do prestígio da gravadora, provou que o casal mineiro acertou na escolha do gênero. 
 O caprichado Cogumelo 30 anos une-se a outros esforços midiáticos em prol do resgate histórico do metal mineiro e nacional, como os filmes Ruídos das Minas (2010), que perpassa toda a história, os desafios e conflitos do metal “das gerais”; e Brasil heavy metal (2010), que aborda de forma ampla as raízes da pauleira nacional nos anos 1980. O livro-catálogo da gravadora de BH não se atém ao passado – pelo contrário. Na era dos iPods e das crises na indústria fonográfica, a produção de novos materiais segue firme e comprova o poder de mutação do metal, apontado pelo jornalista Arthur G. Couto Duarte na introdução da obra: “Para detratores, uma antimúsica, mas visões pejorativas jamais impediram seus artífices de arregimentar providenciais contra-ataques, de quebrar as regras do jogo”.

Reinventando a roda

Há quem diga que, a partir de meados dos anos 1990, o metal mineiro experimentou o declínio com hiatos e separações de bandas e com discos fracos e sem apelo comercial. A redenção teria vindo a partir da década seguinte, com novos grupos e propostas musicais inovadoras, rendendo uma produção aquecida que persiste até hoje. Apesar de o Drowned ser um icônico representante do metal mineiro dos anos 2000, o baterista Beto Loureiro não concorda que uma fase se sobreponha a outra. “Nunca vi o metal aqui em queda, mas claro que tivemos  momentos bons e ruins. O que acontece é que sempre rola uma renovação de bandas e público, o que, na verdade, é muito bom.”

Com 12 álbuns na bagagem, sendo o último o elogiado Belligerent (lançado em duas partes, em 2011 e 2012), o Drowned mostra que os grupos antigos se reinventaram para fazer frente às mudanças do público e evitar que caíssem na mesmice. “Hoje, o público é mais cabeça aberta e menos radical do que já foi há alguns anos. E, é claro, temos mais facilidade em conhecer novas bandas graças à  internet, o que abriu portas para grupos menores, que não têm gravadora para distribuir seus discos”, explica.

O Hammurabi começou assim, em 2006, lançando de forma independente a demo Submersos e, dois anos depois, o disco de estreia Shelter of Blames. O trânsito fácil no ambiente on-line e a determinação dos músicos levaram a banda a se destacar como uma das principais novidades do metal mineiro contemporâneo, classificada pelo baixista do Sepultura, Paulo Jr., como a revelação da música pesada brasileira em 2010. O esforço resultou no competente The extinction root, lançado em 2012 pela Cogumelo Capa do disco do Sepultura - Bestial Devastation

Apesar de reconhecer que os avanços tecnológicos facilitaram os processos de gravação e divulgação, o vocalista, guitarrista e fundador da banda, Daniel Lucas, pontua que o metal exige seriedade e compromisso, como qualquer outro trabalho. “Sempre prezamos pela qualidade em tudo que fazemos. Acredito que isso abriu um precedente para que outras bandas também buscassem a excelência. Talvez seja esse o nosso papel nesse contexto”, defende.  
 Porém, nem tudo são flores. Em relação à quantidade de espaços e casas de shows dedicados ao gênero, João Eduardo considera que BH retrocedeu. “Não existe, hoje, um espaço aberto para atender ao público de heavy metal em BH. Com o fechamento do Lapa Multshow, ficamos sem opção para fazer eventos de médio porte. Pelo menos, conseguimos realizar shows no Music Hall e no Stonehenge, que abriram espaço para o metal este ano”, afirma.
 Sobre a dúvida se BH ainda sustenta o título de capital do metal, João rechaça: “Essa história é conversa fiada”. Daniel Lucas concorda em partes, mas pondera. “BH sempre vai ser o berço do metal, onde tudo começou, mas não é ‘a capital’. Faltam incentivo, estrutura e público. Temos grandes bandas, uma ótima qualidade nos trabalhos e a chancela da Cogumelo, mas a cidade está fora do circuito, tanto underground quanto mainstream.”
 Polêmicas à parte, todos concordam em um aspecto: o heavy metal das Gerais sobrevive e sustenta bem mais que um gênero musical, mas um sólido alicerce da contracultura que segue conquistando devotos cabeludos e maltrapilhos. Quase como um grito dos excluídos – ou um berro, como preferir. “É difícil de explicar. Esse som é viciante. É um escape, uma paixão eterna. Em essência, é um estilo de vida”, conclui Daniel Lucas.


Jaiminho o Carteiro ganha estátua em Tangamandápio



http://www.gandaiabr.net/jaiminho-o-carteiro-ganha-estatua-em-tangamandapio/


Aqui no Brasil o seriado Chaves, que passa no SBT desde meados da década de 1980, está entre os programas de televisão mais assistidos e mais queridos de jovens, adultos e crianças, de todas as idades. Com seu humor leve, irônico e carregado de ingenuidade, Chaves, Kiko, Seu Madruga, Chiquinha, Dona Florinda, Professor Girafales, Dona Clodilde, Senhor Barriga, Nhonho e muitos outros conseguem arrancar risos e gargalhadas, mesmo depois de mais de quarentas anos passando em centenas de países.
É claro que todos nós temos o nosso personagem preferido, mas sem dúvida, Jaiminho o Carteiro, tem um lugar especial dentro dos corações de qualquer fã do programa. E muita gente não sabe, mas a cidade natal do personagem Jaiminho, a pequena Tangamandápio, realmente existe e para agradecer ao carteiro que tornou a simples cidade mexicana mundialmente conhecida, a prefeitura local inaugurou uma estátua, em tamanho natural, feita de bronze.
A placa ao pé da estátua diz “En Memoria de Jaimito el Cartero, a quien el pueblo de Tangamandápio le rinde homenaje postumo por haber dado a conocer nuestro municipio a nivel internacional”, que em tradução livre significa “Em memória de Jaiminho, o Carteiro, a quem o povo de Tangamandápio faz uma homenagem póstuma por fazer nosso município conhecido a nível internacional”.
A estátua de 1,70 de altura, e seu custo foi de aproximadamente 170 mil reais, mas apesar do alto valor, a prefeitura de Tangamandápio espera que o número de turistas à cidade aumente e com isso o dinheiro investido na estátua vai acabar voltando para os cofres públicos, já que os turistas vão fomentar o comércio local nas áreas de hotelaria, alimentação e lojas locais.

Jaiminho, o Carteiro

O personagem, cujo jargão “Quero evitar a fadiga” se tornou muito popular e continua sendo utilizado até hoje, foi criado por Chespirito para entrar no lugar dos personagens Kiko e Seu Madruga, que saíram do programa em 1979, depois de um desentendimento. O carteiro, que é caracterizado principalmente por sua preguiça e também por uma bicicleta que ele apenas empurra, por não ter aprendido a pedalar, era interpretado por Raúl “Chato” Padilla, que também fazia participações em outros programas criado por Chespirito, principalmente no Chapolin Colorado. Raul faleceu na Cidade do México, em 3 de fevereiro de 1994.
Em 1981, quando Ramón Valdéz volta a interpretar o Seu Madruga, Jaiminho acaba sendo retirado do programa e um ano depois quando Dom Ramón se afasta por problemas de saúde, Jaiminho entra para a trupe da vila definitivamente e passa a viver na Vila no apartamento de número 24, que fica no alto das escadas. No enredo, ele passa a ser “cantado” pela bisavó da Chiquinha, a Dona Neves, e também Dona Clotilde, ou Bruxa do 71.

Pesquisa em supermercado rende economia de até R$ 1,7 mil por ano

Um mesmo produto pode variar até 199% entre um estabelecimento e outro; Florianópolis tem a cesta de produtos mais cara entre as marcas líderes de mercado: R$ 340,57
21 de outubro de 2012 | 15h 35
Hugo Passarelli, do estadão.com.br
SÃO PAULO - Escolher entre um supermercado ou outro pode significar muito mais que uma economia na casa dos centavos. Na cidade de São Paulo, por exemplo, o dinheiro poupado pode chegar a R$ 1.706,20 em um ano, considerando uma cesta de produtos das marcas líderes de venda que, em  tese, praticam preços mais elevados. Se o recorte for entre os produtos mais baratos, Salvador aparece como a cidade onde a economia anual é maior: R$ 1.684,34.
Os dados constam em uma pesquisa da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) em 1.196 estabelecimentos de 20 cidades brasileiras. O órgão levantou o valor de duas cestas de itens, uma com 104 unidades e outra com 90. A diferença entre elas é que a primeira é composta pelas marcas líderes de mercado e a segunda, dos itens mais baratos dentro de cada categoria, excetuando-se carnes, frutas, verduras e legumes. Além de alimentícios, o levantamento inclui itens de mercearia, beleza e higiene.
O estudo também conclui que a cidade de Florianópolis possui a cesta de marcas líderes mais cara - em média, o valor é 18% superior que o local mais em conta (São Luís) - pela ordem, eles cobram R$ 340,57 e R$ 291,17 pelo mesmos itens. Entre as marcas mais baratas, o consumidor precisa desembolsar 19% a mais em Goiás que em João Pessoa e São Luís - R$ 251,89 contra R$ 212,24 e R$ 212,63.
Em São Paulo, um mesmo produto pode variar até 199% entre um estabelecimento e outro, segundo a Proteste. O preço da batata palito pré-frita congelada McCain parte de R$ 1,89 e chega a R$ 5,65 na capital paulista, dependendo do supermercado.
O levantamento, que está em sua oitava edição, também mostrou que, de 2011 para 2012, a cesta de "produtos de marca" ficou 3% mais barata no Rio Grande do Norte. Em Minas Gerais e Pernambuco, por sua vez, os mesmos itens encareceram 8% no período. Já a análise da cesta mais barata mostra que os itens subiram 12% de um ano para o outro no Espírito Santo e caíram 4% no Rio de Janeiro.
Os valores foram pesquisados em abril e foram ponderados pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE, para levar em conta o peso de cada item na renda da população.
Na pesquisa, a Proteste desconsiderou os produtos que estavam em promoção apenas no dia da visita ao supermercado. Em algumas vezes, apenas o valor era checado, enquanto em outras a compra era de fato realizada.



A Escola no Japão

O sistema educacional japonês é muito diferente do resto do mundo e foi desenvolvido em 1947 e é dividido em 5 níveis: pré-escola (Youchien), escola elementar ou primária (Shougakkou) que dura 6 anos, escola secundária inferior ou júnior (Chuugakkou) que dura 3 anos, escola secundária superior ou sênior (Koutougakkou) que dura 3 anos e a universidade (Daigaku).
As crianças japonesas entram na escola elementar após terem completado 6 anos e a escola é gratuita e compulsória até os 15 anos de idade, quando os estudantes iniciam a escola secundária superior ou sênior.
O ano acadêmico japonês inicia em abril e a maioria das escolas utilizam o sistema trimestral. O primeiro trimestre vai de abril ao meio de julho, o segundo de setembro a dezembro e o terceiro de janeiro a março. Há 2 semanas de férias no Natal e 1 semana de férias de Primavera em Março ou Abril. Os estudantes têm também 5 semanas de feriado de verão.
As aulas normalmente vão de 8:30 da manhã até 3:30 da tarde nos dias de semana, seguidas de 1, 2 ou mais horas de atividades diversas, geralmente a participação nos clubes. As aulas aos sábados também duram de 8:30 até 12:30!
Os estudantes normalmente ficam na mesma sala o tempo todo e os professores normalmente vão de sala em sala. As turmas normalmente têm no mínimo 40 alunos. O currículo padrão inclui língua japonesa, estudos sociais, matemática, ciência, arte, música, economia doméstica, educação física e educação moral, uma grande ênfase é dada à matemática e à língua japonesa. Os estudantes não podem escolher as disciplinas, com exceção de Artes, Música ou Caligrafia Japonesa. As classes japonesas têm um grande número de alunos e usualmente é baseada em palestras com pouca intervenção dos estudantes.
Normalmente os estudantes da escola secundária inferior almoçam na escola nas salas de aula com os professores, que geralmente aproveitam para ensinar aos alunos como comer e se comportarem em grupo. Estes almoços são cobrados das famílias japonesas através de uma espécie de anualidade escolar e, no intervalo do almoço, as crianças requisitadas podem ter de ir à cozinha e servir os outros companheiros de classe. A maioria das escolas elementares e escolas secundárias inferiores fornecem almoço para os estudantes na escola, entretanto raramente são oferecidas aos alunos da escola secundária superior as refeições.
O ambiente de sala de aula no Japão é muito distinto do brasileiro. As escolas são bastante rigorosas e os estudantes devem estar preparados para estudar muito fora das aulas (pelo menos 3-4 horas por dia). Os estudantes têm um conjunto de regras que são chamadas de kosoku. As regras são as mais variadas, como modo de cortar o cabelo, ou como se vestir, pontualidade, como cuidar de seus pertences pessoais, ou mesmo como se portar fora da escola ou nas férias, e muitas outras. Os estudantes internacionais também devem se conformar com as regras da escola.
Os estudantes japoneses não têm coordenadores escolares, mas sim um professor designado para acompanhar o andamento do aluno, às vezes fazendo até visitas à sua família. A colocação do aluno em um dos três anos da educação secundária superior depende do nível do aluno e de seu conhecimento de japonês. Cada kumi ou aula também tem um ou dois estudantes que são responsáveis por assessorar os professores ou transportando material de estudo ou mesmo ensinando alguma matéria a outros estudantes.
Os estudantes devem participar de atividades em clubes ou bukatsu, comitês de classe e encontros de classe. Após as aulas os estudantes limpam a sua sala, chamado de souji, e participam em atividades em clubes ou lêem na biblioteca da escola ou estudam por si sós nas salas de aula. Geralmente as atividades em clubes são muito populares e as crianças desenvolvem atividades voluntariamente sobre a coordenação de um professor. O conteúdo destas atividades pode variar bastante, como tênis, tênis de mesa, basquetebol, atletismo, badminton, voleibol, baseball, futebol, ginástica, jornais, teatro, ciências, arte, fotografia, radialismo, televisão, inglês, música, caligrafia e outros. Nestes clubes os estudantes mais velhos são chamados de senpai enquanto os mais novos são chamados de kohai. Cada um tem suas próprias responsabilidades nestes clubes. Os senpai ajudam os kohai a se inserirem nos clubes e os ensinam as regras de cada clube, enquanto os kohai devem reverência aos senpai. Por exemplo, no tênis os kohai pegarão as bolas enquanto os senpai jogam. Este comportamento kohai/senpai que se inicia durante a vida escolar japonesa continua por toda a vida e está presente, por exemplo, nos partidos políticos e na vida de negócios.
Muitos estudantes freqüentam escolas especiais chamadas juku após a escola normal para melhorarem suas chances de entrarem em uma escola secundária superior mais valorizada. As escolas secundárias superiores são tão mais valorizadas quanto mais seus estudantes conseguem entrar nas boas Universidades. Aproximadamente metade dos estudantes japoneses freqüentam as juku.
As escolas secundárias superiores podem ser agrupadas em escolas gerais, escolas vocacionais e escolas combinadas. O primeiro ano da escola secundário superior é dedicado à educação geral. No segundo ano os cursos são divididos em cursos preparatórios e cursos vocacionais. No terceiro ano, os cursos preparatórios para a Universidade são subdivididos em Humanidades e Ciências Sociais, Ciência, e Tecnologia. Assim, mesmo nas escolas gerais, há três cursos de especialização na graduação da escola secundária. Cursos profissionalizantes despedem menos tempo em matérias culturais e naturalmente enfatizam matérias orientadas para profissões específicas.
As crianças aos 15 anos de idade, quando entram na escola secundária superior, devem decidir se irão cursar o curso geral, profissionalizante ou cursos combinados. Não é muito fácil para os estudantes decidirem o seu futuro profissional nesta idade.
Há também escolas secundárias superiores noturnas, estas escolas proporcionam uma possibilidade de o estudante trabalhar durante o dia e estudar à noite. Nas outras escolas normalmente é proibido trabalhar, mesmo no tempo livre. Estas escolas normalmente fornecem um jantar para os estudantes e as atividades de clube estarão incluídas no currículo normal da escola devido à ausência de tempo extra.
Para entrarem na Universidade os estudantes devem passar por 2 exames, o primeiro o teste de graduação nacional e um segundo fornecido pela própria universidade. Os estudantes que não conseguem passar nos teste devem tentar no próximo ano. O termo ronin é usado para estes estudantes, aproximadamente 40% de todos os estudantes universitários são ronin.
Há também os yobiko, que são escolas privadas preparatórias para os exames de entrada na Universidade, similar a um Pré-Vestibular no Brasil. Eles trabalham com os ronin por 1 ou 2 anos em tempo integral. Os custos dos yobiko são muito altos, às vezes mais caros que a Universidade.
Ultimamente há também um sistema novo baseado em acumulação de créditos ao invés de o aluno completar determinado número de anos, o estudante determina quais matérias estudar e vai acumulando créditos até completar o ensino secundário.
As notas dos estudantes são fornecidas em um sistema A, B, C e F:
Yu
A
80 - 100
Ryo
B
70 - 79
Ka
C
60 - 69
Fuka
F
0 - 59
Há variações desta escala entre as escolas podendo o aluno ser aprovado em algumas escolas com notas superiores a 40 pontos, geralmente o aspecto mais importante é ter o maior número de notas A no histórico.
  • ANO ACADÊMICO: Abril a Julho; Setembro a Dezembro; Janeiro a Março;
  • HORÁRIO DAS AULAS: 8:30 às 15:30, com outras atividades até às 17:30 pelo menos;
  • SEMANA: Segunda a Sábado;
  • IDIOMA: japonês.
PRÉ-REQUISITOS
  • IDADE: de 15 a 18½ anos.
  • ESCOLARIDADE: cursando o 2º grau.
  • NOTAS: obter média global de pelo menos 70% nos últimos 3 anos.
  • JAPONÊS: desejável algum conhecimento prévio.
VANTAGENS
  • Aprender a língua japonesa para o resto de sua vida.
  • Viver no Japão em uma escola japonesa.
  • Conviver com uma família durante todo o programa.
  • Convalidar o seu estudo quando retornar ao Brasil, algumas escolas podem fazer exigências quanto a disciplinas e notas mínimas na Japão, mas o MEC pode validar o seu estudo mesmo assim. Certifique-se com a sua escola das exigências que ela possa ter.
AGENDA
  • ENTREVISTA: O primeiro passo é agendar uma entrevista do estudante e seus pais para que todos estejam bem informados. A partir daí, basta retirar o dossiê e preenchê-lo.
  • ENTREGA DO DOSSIÊ: para início em setembro - até 30 de março; para início em abril - até 15 de setembro.
DURAÇÃO DO PROGRAMA
  • SEMESTRE LETIVO: início em abril ou setembro.
  • ANO LETIVO: abril a dezembro.
  • TÉRMINO DO PROGRAMA: duas semanas após o término oficial das aulas .
Vagas Limitadas: Você deve iniciar o seu processo com antecedência para garantir a sua vaga.

MÚSICAS DA DITADURA MILITAR

 instaurou no Brasil uma forte censura, praticada através dos Atos Institucionais (AI’s) criados para aumentar a repressão do Estado sobre a população ou qualquer manifestação que fosse contrária ao governo imposto no país. Não demorou para a música – enquanto manifestação artístico-cultural de forte teor político – estar entre os principais alvos da censura. Mas nem isso calava a voz dos artistas. Assim, conheça 10 músicas de protesto à Ditadura Militar.
Se você curte este tema e deseja ler algo para aprofundar ainda mais no assunto, sugerimos a leitura do livro Cale-se: Mpb e Ditadura Militar, que trata das letras das canções compostas nos anos mais duros da ditadura (1964 a 1974), e reforça a ideia de que a música serviu – e serve – como uma importante ferramenta de comunicação, carregando mensagens (as mais variadas possíveis) com as palavras e frases que formam suas letras.

Vale ressaltar que nem todas as músicas foram criadas como forma de protesto. Por exemplo, alguns cantores, como Caetano Veloso e Gilberto Gil, compunham músicas com forte teor político e social, mas nem sempre faziam críticas diretas à ditadura. Porém, são citadas por fazerem parte de um momento histórico único em nossa história, caracterizado pela efervescência cultural.
Tentei encontrar as versões originais das músicas, para mostrar o clima da época e a relação dos artistas com seu público. Porém, isto compromete um pouco a qualidade do vídeo. Mas vale a pena. Confiram!
1- Alegria, alegria
A música Alegria, Alegria foi lançada em 1967, por Caetano Veloso. Valorizava a ironia, a rebeldia e o anarquismo a partir de fragmentos do dia-a-dia. Em cada verso, revelações da opressão ao cidadão em todas as esferas sociais. A letra critica o abuso do poder e da violência, as más condições do contexto educacional e cultural estabelecido pelos militares, aos quais interessava formar brasileiros alienados.
Trecho: O sol se reparte em crimes/Espaçonaves, guerrilhas/Em cardinales bonitas/Eu vou…
2- Caminhando
Caminhando (Pra não dizer que falei das flores) é uma música de Geraldo Vandré, lançada em 1968. Vandré foi um dos primeiros artistas a ser perseguido e censurado pelo governo militar. A música foi a sensação do Festival de Música Brasileira da TV Record, se transformando em um hino para os cidadãos que lutavam pela abertura política. Através dela, Vandré chamava o público à revolta contra o regime ditatorial e ainda fazia fortes provocações ao exército.
Trecho: Há soldados armados / Amados ou não / Quase todos perdidos / De armas na mão / Nos quartéis lhes ensinam / Uma antiga lição: De morrer pela pátria / E viver sem razão
3- Cálice
A música Cálice, lançada por Chico Buarque em 1973, faz alusão a oração de Jesus Cristo dirigida a Deus no Jardim do Getsêmane: “Pai, afasta de mim este cálice”. Para quem lutava pela democracia, o silêncio também era uma forma de morte. Para os ditadores, a morte era uma forma de silêncio. Daí nasceu a ideia de Chico Buarque: explorar a sonoridade e o duplo sentido das palavras “cálice” e “cale-se” para criticar o regime instaurado.
Trecho: De muito gorda a porca já não anda (Cálice!) / De muito usada a faca já não corta / Como é difícil, Pai, abrir a porta (Cálice!) / Essa palavra presa na garganta
4- O bêbado e o equilibrista
O bêbado e o equilibrista, foi composto por Aldir Blanc e João Bosco e gravado por Elis Regina, em 1979. Representava o pedido da população pela anistia ampla, geral e irrestrita, um movimento consolidado no final da década de 70. A letra fala sobre o choro de Marias e Clarisses, em alusão às esposas do operário Manuel Fiel Filho e do jornalista Vladimir Herzog, assassinados sob tortura pelo exército.
Trecho: Que sonha com a volta / Do irmão do Henfil / Com tanta gente que partiu / Num rabo de foguete / Chora! A nossa Pátria Mãe gentil / Choram Marias e Clarisses / No solo do Brasil…
5- Mosca na sopa
Mosca na sopa é uma música de Raul Seixas, lançada em 1973. Apesar das controvérsias acerca do sentido da música, a letra faz uma referência clara à ditadura militar. Através de uma metáfora, o povo é a “mosca” e, a ditadura militar, “a sopa”. Desta forma, o povo é apresentado como aquele que incomoda, que não pode ser eliminado, pois sempre vão existir aqueles que se levantam contra regimes opressores.
Trecho: E não adianta / Vir me detetizar / Pois nem o DDT / Pode assim me exterminar / Porque você mata uma / E vem outra em meu lugar…
6-É proibido proibir
É proibido proibir é uma música de Caetano Veloso, lançada em 1968. Esta canção era uma manifestação das grandes mudanças culturais que estavam ocorrendo no mundo na década de 1960. Na apresentação realizada no Teatro da Universidade Católica de São Paulo, a música de Caetano foi recebida com furiosa vaia pelo público que lotava o auditório. Indignado, Caetano fez um longo e inflamado discurso que quase não se podia ouvir, tamanho era o barulho dentro do teatro.
Trecho: Me dê um beijo meu amor / Eles estão nos esperando / Os automóveis ardem em chamas / Derrubar as prateleiras / As estantes, as estátuas / As vidraças, louças / Livros, sim…
7-Apesar de você
Depois de Geraldo Vandré, Chico Buarque se tornou o artista mais odiado pelo governo militar, tendo dezenas de músicas censuradas. Apesar de você foi lançada em 1970, durante o governo do general Médici. A letra faz uma clara referência a este ditador. Para driblar a censura, ele afirmou que a música contava a história de uma briga de casal, cuja esposa era muito autoritária. A desculpa funcionou e o disco foi gravado, mas os oficiais do exército logo perceberam a real intenção e a canção foi proibida de tocar nas rádios.
Trecho: Quando chegar o momento / Esse meu sofrimento / Vou cobrar com juros. Juro! / Todo esse amor reprimido / Esse grito contido / Esse samba no escuro
8- Acender as velas
A música Acender as velas, lançada em 1965, é considerada uma das maiores composições do sambista Zé Keti. Esta música inclui-se entre as músicas de protesto da fase posterior a 1964. A letra deste samba possui um impacto forte, criado pelo relato dramático do dia-a-dia da favela. Faz uma crítica social as péssimas condições de vida nos morros do Rio de Janeiro, na década de 1960.
Trecho: Acender as velas / Já é profissão / Quando não tem samba / Tem desilusão / É mais um coração / Que deixa de bater / Um anjo vai pro céu
9- Que as crianças cantem livres
Que as crianças cantem livres é uma composição de Taiguara, lançada em 1973. No mesmo ano, o cantor se exilou em Londres, tendo sido um dos artistas mais perseguidos durante a ditadura militar. Taiguara teve 68 canções censuradas, durante o período de maior endurecimento do regime, no fim da década de 1960 até meados da década de 1970.
Trecho: E que as crianças cantem livres sobre os muros / E ensinem sonho ao que não pode amar sem dor / E que o passado abra os presentes pro futuro / Que não dormiu e preparou o amanhecer…
10- Jorge Maravilha
Jorge Maravilha, lançada em 1974, é mais uma música de Chico Buarque, agora sob o pseudônimo de Julinho de Adelaide, criado para driblar a censura. Os versos “você não gosta de mim, mas sua filha gosta” parecia uma relação conflituosa entre sogro, genro e filha. Mas, na verdade, fazia alusão à família do general Geisel. Geisel odiava Chico Buarque. No entanto, a filha do militar manifestava interesse pelo trabalho do compositor.
Trecho: E como já dizia Jorge Maravilha / Prenhe de razão / Mais vale uma filha na mão / Do que dois pais voando / Você não gosta de mim, mas sua filha gosta

Mississippi em chamas": Edgar Ray Killen é considerado culpado

FILADÉLFIA, EUA,  - O ex-líder da Ku Klux Klan (KKK), Edgar Ray Killen, de 80 anos, foi considerado culpado pelo júri, nesta terça-feira, de três acusações de homicídio, coincidindo com o 41º aniversário do assassinato de três ativistas dos direitos civis no Mississipi. Killen, que alega inocência, poderá ser condenado a uma pena que varia de 20 anos à prisão perpétua, mas seus advogados afirmaram que vão recorrer.
O ex-líder da Ku Klux Klan ouviu o veredicto sentado em uma cadeira de rodas e usando um aparelho respiratório que cobriu seu rosto.
Os 12 membros do júri - nove brancos e três negros - se reuniram durante duas horas e meia na segunda-feira, sem chegar a um acordo e reiniciaram suas deliberações nesta terça-feira, chegando ao veredicto de culpabilidade.
Na segunda-feira, após o encerramento das alegações do julgamento iniciado no último dia 13, o juiz Marcus Gordon autorizou a deliberação do júri. Duas horas e meia depois, funcionários da corte disseram que os jurados haviam informado ao magistrado que o resultado de sua discussão tinha dado empate.
Se a divisão persistisse, o juiz poderia ter declarado a anulação do julgamento ou até mesmo a absolvição do réu.
Após a retomada das deliberações, nesta terça-feira, a defesa de Killen pediu a absolvição do pastor batista em suas alegações finais, segundo informações dos funcionários do tribunal.
Killen foi considerado culpado da autoria intelectual do homicídio dos três militantes - os judeus Michael Schwerner, de 24 anos, e Andy Goodman, de 20, e o negro James Chaney, de 21 -, após ter sido absolvido em um julgamento celebrado em 1967, quando uma mulher integrante do júri disse que não poderia condenar Killen por ele ser pastor.
O caso comoveu os Estados Unidos e inspirou o filme "Mississipi em Chamas", de 1988, protagonizado por Gene Hackman e Willem Dafoe.
Dezoito membros da KKK, entre eles Killen, foram denunciados em 1964. Sete foram condenados por um júri totalmente integrado por brancos e sentenciados, em 1967, a penas de prisão entre 3 e 10 anos.
Em 21 de junho de 1964, os três ativistas - Schwerner, Goodman e Chaney -, que faziam campanha pelo registro de negros nas eleições, foram detidos pela polícia sob a acusação falsa de excesso de velocidade e, após serem libertados tarde da noite, foram emboscados por membros da KKK e da polícia. Os corpos dos três jovens, com sinais de espancamento e crivados de balas, foram encontrados 44 dias depois em uma represa, após uma intensa busca do FBI (polícia federal americana).

A ARTE DE ESCREVER SEM TRAUMAS



CURSO LIVRE DE REDAÇÃO
1. INTRODUÇÃO

Aquele papel em branco! Quem nunca sofreu na hora de começar um texto? Ali, na última hora, dá vontade de fazer qualquer outra coisa, menos alinhavar a primeira frase. Não interessa se a pessoa é jornalista, aluno ou professor. Escrever é mesmo uma guerra. Pode ser a reportagem de capa da revista, uma carta para a namorada, a redação do vestibular, a prova de História ou Português ou a repetitiva redação Minhas Férias. Qualquer coisa que se coloque no papel exige mais do que inspiração. Para vencer batalhas é necessário escolher as armas certas.

Mas talvez o mais sério obstáculo que as pessoas enfrentem seja o peso dos fracassos acumulados ao longo da vida escolar, a perda do poder da auto-estima. O que se pode fazer é organizar, hoje, trabalhos de escrita que tenham grandes chances de resultar em textos de boa qualidade. Isso, aos poucos, vai restituindo a auto-estima.

Um tipo de trabalho que em geral os alunos resolvem facilmente e com resultados de qualidade bastante razoável é feito com poemas que usam refrão. Inicialmente neste método, A Arte de Escrever sem Traumas!, irá se escolher um poema e lê-lo várias vezes. Depois, irá se pensar sobre os efeitos obtidos pelo poeta com o uso que ele faz da linguagem. Por fim, é hora de se produzir textos. A idéia é produzir-se novos poemas a partir do refrão.

Uma sugestão é o poema Às Vezes de Noite, de Sérgio Caparelli, que faz parte do livro Restos de Arco-Íris (Editora L & PM). Veja:

Às vezes de noite,

acordo com muito medo

de alguém roubar os meus segredos,

às vezes, de noite.

Às vezes, de noite,

adormeço e no lume da vela

estou desperta e mais velha,

às vezes, de noite.

Às vezes, de noite,

no meu sonho corre um rio

que me faz tremer de frio,

às vezes, de noite.

Às vezes, de noite,

me digo que sou boa, que sou meiga

e que sou bela.

E cresci. E estou cega.

Às vezes, de noite.


1.1 Escrever: um processo dialético

São muitas as idéias que permeiam nosso pensamento. Segundo Ide (1995), tudo o que é lido, visto e ouvido faz parte de um repertório pessoal. Há um conhecimento pré-existente acerca dos fatos históricos, culturais e científicos em nossa cultura ocidental aceitos como verdadeiros. O tempo todo confrontamos o que já conhecemos com a novidade.

Aceitar ou não é uma questão de juízo de valores. Todo juízo de valor implica em outro que o questiona ou contradiz. Esse processo do pensamento em se questionar e contradizer chama-se dialético. É uma oportunidade de observar a realidade sob vários pontos de vista. Há três momentos no processo dialético do pensamento:

TESE ANTÍTESE SÍNTESE

Idéia inicial Idéia contrária União dos opostos

1.2 Estrutura Básica


A estrutura básica de um texto corresponde aos três momentos do raciocínio dialético, explica Messerani (1986). A princípio, temos a introdução, ou seja, a descrição do tema ou idéia inicial. Em seguida, o desenvolvimento, o questionamento em relação à idéia inicial. Finalmente, a conclusão, ou seja, a união dos argumentos mais contundentes de cada idéia.

 As três partes que estruturam o texto também podem ser denominadas: prólogo, corpo e epílogo; começo, meio e fim; introdução, miolo e final; primeira, segunda e terceira parte. O mais importante é compreender que um bom texto depende de uma boa estrutura.


EXERCÍCIOS: AULA 1

O primeiro exercício será criar um novo poema a partir do mote “às vezes, de noite”.

EXTRACLASSE

Pesquise uma notícia recente de jornal. Abstraia do texto a idéia principal e a idéia oposta. Reescreva o texto com suas palavras e adicione a conclusão.



CURSO LIVRE DE REDAÇÃO

I.3 Delimitação do Tema



O texto bem redigido certamente faz a pessoa pensar sobre o assunto. Portanto, clareza e objetividade acerca do tema escolhido são fundamentais. As dificuldades iniciais para escrever o texto podem estar justamente na delimitação do tema. Às vezes, o tema escolhido pode ser amplo demais e uma delimitação se faz necessária afim de evitar divagações. A delimitação da idéia central a ser desenvolvida encontra-se geralmente na introdução.



Ela pode ser explícita, quando o autor se faz presente no texto. Ex: "O que pretendo com esse trabalho é tecer algumas considerações...". A delimitação pode estar implícita, quando o autor não se faz presente, mas o leitor pode deduzir que o assunto está sendo delimitado. Ex: "Esta obra visa ensinar à todos que queiram aprender a redigir corretamente um texto...".



Delimitado o tema, a introdução deve ser sucinta, apenas citando o argumento inicial. Não deve ultrapassar oito ou dez linhas, ou seja, um quinto do texto. Exceto em um ensaio curto (10, 15 linhas), cuja a introdução pode se fundir com o desenvolvimento. Os demais argumentos -- os dados, as idéias, o questionamento -- entram no desenvolvimento do texto.

Este é maior, ocupando três quintos do texto no mínimo. Aqui, tem-se a oportunidade de se mostrar a capacidade de argumentação e exposição de idéias.

O tema será desenvolvido como uma ponte que levará o leitor da introdução à conclusão. Esta última pode ter mais ou menos, segundo Messerani , um quinto do texto e encerrar a discussão. A não ser quando, propositalmente, o autor queira deixar a conclusão para o próprio leitor. O quadro a seguir deve servir como uma espécie de guia.

O planejamento de um texto é muito importante para seu sucesso. Não há como começar a escrever sem ter em mente o tema delimitado, a introdução, o desenvolvimento e, principalmente, a conclusão.


I.4 Estruturas do Texto

“Tenho boas idéias, mas não consigo passar para o papel”. Essa frase é comumente dita em uma aula de redação. O que ela pode indicar é a falta de domínio das estruturas do texto ou a falta de clareza no conteúdo. Por isso, é tão importante planejar o texto antes de começar a redigi-lo.

Para tanto, só é preciso um lápis e um papel para rascunhar. Um bom plano deverá prever as partes do texto: introdução, desenvolvimento e conclusão. As idéias principais de cada bloco e os questionamentos possíveis de cada idéia. Cada pessoa deve valorizar o seu próprio estilo de planejar o texto, mas, para quem está começando, pode-se seguir este modelo:

I- Introdução

1- Idéia central da introdução

a- Primeira idéia do texto

b- Segunda idéia do primeiro parágrafo

c- Terceira idéia do primeiro parágrafo...

(e assim por diante)

II- Desenvolvimento

1.Idéia-síntese dos próximos três parágrafos. A- Idéia central do primeiro parágrafo do desenvolvimento.

a- Primeira idéia do primeiro parágrafo do desenvolvimento

b- Segunda idéia do primeiro parágrafo do desenvolvimento

B- Idéia central do segundo parágrafo do desenvolvimento

(e assim por diante)

Faça o mesmo processo para a

III- Conclusão

A princípio, pode parecer mais complicado escrever o plano do que propriamente o texto, mas com a prática ganha-se agilidade para fazê-lo. As idéias ficarão mais claras. Grande parte dos erros que se pode cometer ao redigir o texto são barrados após o planejamento da redação.

I.5 Linguagem

Assim como o texto, a linguagem que se utiliza para abordar o assunto também possui suas variantes. A princípio, pode-se escolher entre a linguagem formal e a linguagem coloquial. Esta é mais corriqueira, está presente nos diálogos entre as pessoas, está nos jornais populares e assim sucessivamente. Aquela utiliza a forma mais correta da língua portuguesa. Ela está nos livros acadêmicos, nos discursos científicos.

Por exemplo: "Me ensinaram a escrever corretamente". Quando estamos conversando com alguém, normalmente nos expressamos dessa forma. Os pronomes átonos, como "me", costumam iniciar a frase. Formalmente, estaria incorreto começar uma frase assim. Essa explicação serve para fazer-nos entender porque é melhor optar por usar a gramática correta da língua ao escrever.

Alguns estudiosos da Língua Portuguesa, como o professor Pasquale , já admitem um terceiro recurso de estilo. A linguagem estaria no meio termo, entre o formal e o coloquial. Nos grandes jornais, de circulação nacional, é possível verificar tal estilo intermediário. Essa linguagem intermediária não é tão prosaica como a coloquial, mas também não esbanja vocabulários difíceis como a formal.

O importante mesmo é o aluno ter sempre em mente que o bom senso deve prevalecer. Outro ponto fundamental é dialogar sempre com o leitor e, para tanto, verificar quem ele é antes de determinar qual recurso de estilo usar.

EXERCÍCIOS: EXTRACLASSE

A partir do tema “A QUEM INTERESSA A GUERRA EUA X IRAQUE, CONSTRUA INICIALMENTE UM PLANEJAMENTO DE TEXTO. A SEGUIR, ELABORE A REDAÇÃO.





20 de novembro: Dia da Consciência Negra

Denise Porfírio

No Brasil, o dia 20 de novembro representa um importante momento da história, especialmente para 52% da população brasileira, que é representada por pretos e pardos. A data lembra a morte do líder Zumbi dos Palmares, que lutou pela libertação dos negros escravizados, durante o período colonial no país. Apesar da data ter sido instituída como o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra pela Lei 12.519/2011, ainda não é considerada feriado nacional.

A adesão ao feriado ou instituição de ponto facultativo é decisão legal de cada estado ou município. Mais de 700 cidades já adotaram feriado, no Dia da Consciência Negra. A data é considerada como uma ação afirmativa de promoção da igualdade racial e uma referência para a população afrodescendente dedicada à reflexão sobre as consequências do racismo e sobre a inserção do negro na sociedade brasileira.

Caso seja sancionado pela presidente Dilma Rousseff, o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, será o primeiro feriado do país originário da mobilização do movimento negro e o nono feriado nacional, juntamente com as seguintes datas: 1º de janeiro (Confraternização Universal), 21 de abril (Tiradentes), 1º de maio (Dia do Trabalho), 7 de setembro (Independência do Brasil), 12 de outubro (Nossa Senhora Aparecida), 2 de novembro (Finados), 15 de novembro (Proclamação da República) e 25 de dezembro (Natal).

Há ainda quatro datas comemorativas flexíveis, as quais, embora popularmente conhecidas como feriados nacionais, não são reconhecidas pela legislação brasileira – Terça-feira de Carnaval, Sexta-feira da Paixão, Domingo de Páscoa e o Corpus Christi.

Celebrações - As atividades alusivas a este dia, são celebradas ao longo de todo mês de novembro, ampliando os espaços de discussão sobre as questões raciais. Um número cada vez mais significativo de entidades da sociedade civil, principalmente o movimento negro, tem se mobilizado em todo o país, em torno da participação do negro nas diferentes áreas da sociedade: emprego, educação, segurança, saúde, entre outras.

Zumbi - Zumbi foi um dos principais líderes do Quilombo do Palmares, em Alagoas, área usada pelos escravos para fugir do domínio dos senhores de engenho. As primeiras referências à Palmares são de 1580, na região da Serra da Barriga, onde fica hoje o Parque Memorial Quilombo dos Palmares. Há estimativas de que o quilombo resistiu mais de 100 anos.

O líder do Quilombo dos Palmares, no final do século XV, era Ganga Zumba, tio de Zumbi. Em 1678, o governador da Capitania de Pernambuco ofereceu um acordo de paz a Ganga Zumba, que aceitou, mas nem todos concordaram. Aconteceu, então, uma rebelião, liderada por Zumbi, que governou o grupo por 15 anos. Foram necessárias 18 expedições do governo português, liderados por bandeirantes, para erradicar Palmares.

Zumbi adotou uma estratégia de defesa baseada em táticas de guerrilha. Os bandeirantes descobriram, através de um delator, o esconderijo do líder. E em 20 de novembro de 1695, eles mataram Zumbi em uma emboscada. Sem outra liderança, Palmares sobreviveu até 1710, quando se desfez. Desde 1995, Zumbi faz parte do panteão de Herois da Pátria.

Hoje, os quilombolas, nome dado aos descendentes dos moradores dos antigos quilombos, são reconhecidos e suas áreas são demarcadas, a fim de protegê-los, contribuindo para a manutenção das tradições e a ancestralidade da cultura negra. Atualmente, 2002 comunidades remanescentes dos quilombos estão certificadas pela Fundação Palmares e 1711 certidões foram emitidas.



Como é criado o dinheiro?





De todas as instituições sociais nas quais nascemos e vivemos, que nos guiam e condicionam, parece não haver nenhum sistema tão subestimado e mal compreendido como o sistema monetário. Tomando proporções quase religiosas, a instituição monetária estabelecida existe como uma das formas mais incontestadas de fé de todos os tempos. Como o dinheiro é criado, as políticas que o governam, e como realmente afecta a sociedade, são interesses desconhecidos da grande maioria da população.

Num mundo onde 1% da população detém 40% da riqueza do planeta. Num mundo onde 34 mil crianças morrem diariamente de pobreza e doenças evitáveis, e onde 50% da população vive com menos de 2 dólares por dia, uma coisa é clara: “Algo está muito errado”.

Cientes ou não desse facto, o sangue nas veias de todas as nossas instituições estabelecidas, e portanto da sociedade em si, é o dinheiro. Logo, entender essa instituição de política monetária é essencial para compreender porque a nossas vidas são como são. Infelizmente, economia é um assunto frequentemente visto com confusão e tédio. Sequências infinitas de termos financeiros, aliadas a cálculos intimidadores fazem as pessoas rapidamente desistir de tentar entendê-la. Na verdade, a complexidade associada ao sistema financeiro é somente uma máscara criada para ocultar uma das estruturas mais socialmente estagnantes que a humanidade já tolerou.

“Ninguém é mais escravo do que aquele que falsamente acredita ser livre”. Johann Goethe 1749-1832

Alguns anos atrás, o banco central dos EUA, a Reserva Federal, criou um documento chamado “Mecânica Monetária Moderna”. Esta publicação detalhava a prática institucionalizada de criação do dinheiro como é utilizada pela Reserva Federal Americana e a rede global de bancos comerciais que sustenta.

Na página de abertura, o documento afirma seu objectivo: “O propósito deste manual é descrever o processo básico de criação de dinheiro num sistema bancário de reservas fraccionadas”. Ele então descreve esse processo de reservas fraccionadas através de terminologia bancária diversa, cuja tradução seria algo como isto: O governo dos EUA decide que precisa de dinheiro. Então fala com a Reserva Federal Americana e pede, digamos, 10 biliões de dólares. A Reserva Federal responde: “Claro, vamos comprar 10 biliões em títulos públicos vosos”. Aí o governo pega nuns papéis, onde coloca símbolos que os fazem parecer oficiais, e apelida-os de títulos do Tesouro. Ele atribui a esses papéis o valor de 10 biliões de dólares e os envia para a Reserva Federal Americana. Em troca, o pessoal da Reserva Federal imprime uma certa quantidade de papéis deles mesmos. Só que desta vez, com o nome de notas da Reserva Federal Americana. Também atribuindo o valor de 10 biliões a esses papéis, a Reserva Federal pega nessas notas e troca-as pelos títulos. Assim que a transacção é concluída, o governo pega os 10 biliões em notas da Reserva Federal, e deposita em uma conta bancária. E com esse depósito, as notas de papel passam oficialmente a ter o valor de moeda, adicionando 10 biliões ao suprimento monetário dos EUA. E aí está! Foram criados 10 biliões de dinheiro novinhos em folha. Claro, este exemplo é uma generalização pois na realidade essa transacção ocorreria electronicamente sem sequer o uso de papel. De facto, só 3% do suprimento monetário dos E.U.A. existe em moeda física. Os outros 97% existem somente nos computadores. Então, títulos públicos são, por definição, instrumentos de endividamento e quando a Reserva Federal compra esses títulos com dinheiro, criado basicamente do nada, o governo está na verdade a prometer devolver esse dinheiro à Reserva Federal. Por outras palavras, o dinheiro foi criado a partir de uma dívida. Esse paradoxo aterrador, de como o dinheiro ou o valor podem ser criados a partir de dívidas ou uma responsabilidade, ficará mais claro à medida que continuamos este exercício.

Portanto, a troca foi realizada e agora 10 biliões de dólares estão numa conta bancária comercial. Aqui é onde fica interessante, já que, com base na prática de reservas fraccionadas, esse depósito de 10 biliões torna-se instantaneamente parte das reservas do banco, como qualquer depósito. E, no que se refere a exigência de reservas define a “Mecânica Monetária Moderna”: “Um banco deve manter reservas legalmente exigidas equivalente a uma percentagem definida dos seus depósitos “. Isso é quantificado quando se afirma que: “Pelas normas vigentes, a reserva exigida para a maioria das contas correntes é de 10%”.

Assim dos 10 Biliões depositados 10%, ou 1 bilião, que é guardado como a reserva exigida, os restantes são considerados excedente de reserva e podem ser usados como base para novos empréstimos. O lógico seria presumir que esses 9 biliões estão literalmente a sair do depósito existente, de 10 biliões. Porém, esse não é o caso. O que ocorre é que os 9 biliões são criados a partir do nada sobre o depósito existente de 10 biliões. E é assim que o suprimento monetário é expandido. Como é firmado no “Mecânica Monetária Moderna”: Naturalmente eles, os bancos, não saldam os empréstimos do dinheiro que recebem como depósitos. Se isso fosse feito, nenhum dinheiro adicional seria criado. O que eles fazem ao realizar empréstimos é aceitar notas promissórias “contratos de empréstimo” em troca de créditos, “dinheiro” para as contas correntes de quem toma o empréstimo. Em outras palavras, os 9 biliões podem ser criados do nada simplesmente porque existe uma demanda por tal empréstimo e porque existe um depósito de 10 biliões que atende às exigências de reserva.

Agora vamos imaginar que alguém entra nesse banco e faz um crédito dos 9 biliões recém-disponibilizados. Vai provavelmente vão pegar esse dinheiro e depositá-lo em sua própria conta bancária.

Então, o processo repete-se já que esse depósito se torna parte das reservas do banco. 10% é isolado e em seguida 90% dos 9 biliões, neste caso 8,1 biliões, tornam-se dinheiro recém-criado, disponível para mais empréstimos. E claro, esses 8,1 podem ser emprestados e redepositados criando mais 7,2 biliões mais 6,5 bilhões… mais 5,9 bilhões…e por aí em diante. Este ciclo de criação de dinheiro pode-se tornar tecnicamente infinito. O cálculo médio é de que cerca de 90 biliões de dólares podem ser criados a partir dos 10 biliões originais. Nestes termos, para cada depósito que é feito no sistema bancário, pode-se criar nove vezes esse valor a partir do nada. Agora que entendemos como o dinheiro é criado por esse sistema de reservas fraccionadas pode nos ocorrer uma pergunta lógica, ainda que desconcertante: Mas o que está a dar valor a esse dinheiro recém-criado? A resposta: o dinheiro que já existe. O dinheiro novo basicamente tira valor do suprimento monetário já existente já que o montante total de dinheiro está a aumentar independente da demanda por bens e serviços. E como a oferta e a demanda definem o equilíbrio, os preços sobem, reduzindo o poder de compra de cada dólar. Esse efeito é normalmente apelidado de inflação e a inflação é basicamente um imposto oculto cobrado às pessoas. Que conselho que você costuma receber? Dizem: “inflacione a moeda”. Não falam: “depreciem a moeda”. Não falam: “desvalorizem a moeda”. Não comentam “enganem quem já está garantido”; Antes dizem “reduza as taxas de juros”. A verdadeira fraude ocorre quando distorcemos o valor do dinheiro. Quando criamos dinheiro do nada, não temos economias. E ainda há o que se chama de “capital”.

A minha pergunta resume-se a como é que podemos esperar resolver os problemas da inflação, Ou seja, o aumento da oferta de dinheiro, com mais inflação? Claro que não podemos. O sistema de reservas fraccionadas para expansão monetária é inflacionário por si só uma vez que o acto de aumentar a oferta de dinheiro sem que haja uma expansão proporcional de bens e serviços na economia sempre vai depreciar uma moeda. De facto, uma análise rápida dos valores históricos do dólar americano em comparação com a oferta de dinheiro reflete claramente essa questão, já que a relação inversa é óbvia. 1$ em 1913 valia o equivalente a 21,60$ em 2007. Isso é uma desvalorização de 96% desde que a Reserva Federal passou a existir. Agora, se essa realidade de inflação inerente e perpétua parece absurda e economicamente auto-destrutiva… Espere um pouco, uma vez que absurdo é pouco para definir como nosso sistema financeiro realmente opera. No nosso sistema financeiro, dinheiro é dívida e dívida é dinheiro.

Num um gráfico do suprimento monetário nos EUA de 1950 a 2006 comparado com um gráfico da dívida nacional dos EUA no mesmo período repare que as tendências são virtualmente as mesmas, pois quanto mais dinheiro existe, mais dívidas. E quanto mais dívidas existem, mais dinheiro. Colocando de outro modo: cada dólar na sua carteira é devido por alguém a outra pessoa.

Lembre-se: o único modo de o dinheiro passar a existir é através de empréstimos.

Logo, se todos num país pudessem pagar todas as suas dívidas, incluindo o governo, não haveria um único dólar em circulação. “Se não houvesse dívidas em nosso sistema financeiro, não haveria dinheiro”. – Marriner Eccles – Governador da Reserva Federal / 1941. Na verdade, a última vez na história americana em que a dívida nacional foi totalmente quitada foi em 1835, depois de o presidente Andrew Jackson fechar o banco central anterior à Reserva Federal. Toda a plataforma política de Jackson girava essencialmente em torno desse compromisso de fechar o banco central.

Declarou, certa vez: “Os grandes esforços feitos pelo banco actual para controlar o governo são apenas premonições do destino que aguarda o povo americano caso sejam induzidos à perpetuação desta instituição ou ao estabelecimento de outra do mesmo tipo”. Infelizmente esta mensagem teve uma vida breve e os banqueiros internacionais conseguiram instalar outro banco central em 1913, a Reserva Federal. E enquanto essa instituição existir, o endividamento perpétuo é inevitável.

Bom, até agora discutimos o facto real de que o dinheiro é criado de dívidas a partir de empréstimos. Estes empréstimos são baseados nas reservas de um banco, reservas originadas por depósitos. Através desse sistema de reservas fraccionadas, qualquer depósito pode criar nove vezes seu valor original. Por sua vez, a depreciação do dinheiro em circulação eleva os preços para a sociedade e, como todo esse dinheiro é criado a partir de dívidas e circula aleatoriamente através do comércio, as pessoas acabam distanciadas da sua dívida original.

Existe um desequilíbrio quando pessoas são forçadas a competir por empregos a fim de obter dinheiro suficiente do suprimento monetário para cobrir seu custo de vida.Por mais defeituoso e distorcido que tudo isso pareça, ainda falta um elemento que omitimos desta equação,e é esse elemento da estrutura que revela a natureza fraudulenta inerente ao sistema: a cobrança de juros.

Quando o governo toma dinheiro emprestado da Reserva Federal, ou quando uma pessoa faz um crédito num banco, quase sempre deve ser devolvido com pesados juro .Por outras palavras, quase todos os dólares que existem um dia terão que ser devolvidos a um banco com o pagamento de juros embutidos. Porém, se todo o dinheiro é emprestado do Banco Central, e expandido pelos bancos comerciais através de empréstimos, somente o que chamamos de “principal” está sendo criado na existência de dinheiro.Então, onde está o dinheiro para cobrir os juros que são cobrados? Em lugar nenhum. Não existe. As ramificações disso são inacreditáveis, pois a quantia de dinheiro devida aos bancos sempre será maior que a quantidade de dinheiro em circulação. É por isso que a inflação é uma constante na economia,pois o dinheiro novo é sempre necessário para ajudar a cobrir o défice embutido no sistema causado pela necessidade de se pagar juros. Isso também significa que, matematicamente, a insolvência e as falências são literalmente partes do sistema. E será sempre a parte mais pobre da sociedade que sofrerá com isso. Uma analogia seria a dança das cadeiras:quando a música pára, sempre sobra alguém de fora. A ideia é essa. As riquezas verdadeiras são invariavelmente transferidas das pessoas para os bancos,pois se não copnseguir pagar sua hipoteca, a sua propriedade será tomada. Isso é particularmente revoltante quando percebe não só que a insolvência é inevitável devido à prática de reservas fraccionadas,mas também porque o dinheiro que o banco lhe emprestou nem chegou a existir legalmente.

Em 1969, houve um caso na justiça de Minnesota, E.U.A. envolvendo um homem chamado Jerome Daly, que recorreu do arresto da sua casa pedido pelo banco que lhe cedeu o empréstimo para comprá-la. O seu argumento era que o contrato de hipoteca exigia que ambas as partes, ele e o banco, possuíssem uma forma legítima de propriedade para a transacção. Em linguagem legal, isso é denominada de contraprestação (um contrato baseia-se na prestação de uma parte à outra). O Sr. Daly explicou que, na verdade, o dinheiro não era propriedade do banco já que ele havia sido criado do nada assim que contrato de empréstimo foi assinado.

Lembra-se “Mecânica Monetária Moderna”dizia sobre empréstimos? O que fazem, quando oferecem empréstimos, é aceitar notas de crédito em troca dos créditos. As reservas não são alteradas pelas transacções de empréstimo. Porém, créditos de depósitos são considerados como adições ao total de depósitos do sistema bancário. Ou seja: o dinheiro não vem dos bens que já existem. O banco está simplesmente inventando-o sem criar nada que lhe pertença excepto uma suposta responsabilidade no papel. À medida que o caso evoluiu, o Presidente do banco, o Sr. Morgan, prestou depoimento. E no memorando pessoal do juiz,ficou registado que o “reclamante, presidente do banco, admitiu que, juntamente com o Banco da Reserva Federal, criaram o dinheiro e os créditos através de lançamentos nos livros-caixa. O dinheiro e o crédito passaram a existir quando eles os criaram”. O Sr. Morgan admitiu que não havia lei ou estatuto nos E.U.A. que lhe desse o direito de fazer isso. Uma contra-prestação legal precisa existir e ser oferecida para validar a nota. “O júri concluiu que não havia uma contra-prestação legal e estou de acordo”. Poeticamente completou: “Somente Deus pode criar algo de valor a partir do nada”. Diante dessa revelação, a Corte Norte-Americana rejeitou o pedido de arresto do banco e Daly ficou com sua casa. As implicações dessa decisão judicial são imensas pois sempre que pede dinheiro emprestado a um banco, seja uma hipoteca ou o seu cartão de crédito, o dinheiro que eles lhe dão não só é falso como também é uma forma ilegítima de contra-prestação, o que portanto anula o contrato, uma vez que o banco nunca teve o dinheiro como sua propriedade. Infelizmente esses acontecimento são reprimidos e ignorados e o jogo perpétuo de transferência de riqueza e de dívidas continua. Isso leva-nos à pergunta final: Porquê? Durante a Guerra Civil americana,o presidente Lincoln rejeitou os empréstimos com altos juros oferecidos pelos bancos europeus e decidiu fazer o que os patriarcas fundadores defendiam, que era criar uma moeda independente e livre de dívidas .Isso foi chamado de “Greenback”(notas de dólar). Pouco depois de essa medida ser implantada,um documento interno circulou entre bancos americanos e ingleses,dizendo :“A escravidão é simplesmente a posse de mão-de-obra e exige cuidar dos trabalhadores, enquanto o plano europeu é que o capital controle a mão-de-obra controlando seus salários”. Isso pode ser feito controlando o dinheiro. Seria insuficiente permitir o Greenback, pois não podemos controlá-lo. A política de reservas fraccionadas praticada pela Reserva Federal que se espalhou como prática da maioria dos bancos do mundo,é na verdade um sistema moderno de escravidão.

Pense nisso: o dinheiro é criado a partir de dívidas. O que as pessoas fazem quando possuem dívidas? Buscam empregos para poder pagá-las. Mas se o dinheiro só pode ser criado a partir de empréstimos, como vai a sociedade algum dia libertar-se das dívidas? Não pode, e essa é a questão. E é o medo da perca de bens, junto com a luta para se manter com dívidas perpétuas e inflação como parte do sistema, compostos pela característica inevitável da escassez da oferta de dinheiro, criado pelos juros e que nunca poderão ser pagos que mantém o escravo do salário na linha correndo sem sair do mesmo lugar como milhões de outros. Efectivamente, fortalecendo um império que só beneficia a elite no topo da pirâmide. No fim das contas, para quem você realmente trabalha? Para os bancos! O dinheiro é criado no banco e acaba invariavelmente de retorno ao banco. Eles são os verdadeiros senhores, junto com as corporações e governos que apoiam. A escravidão física exige alojamento e comida para os trabalhadores. A escravidão económica exige que as pessoas consigam a sua própria casa e comida. Esse é um dos engodos mais engenhosos para manipulação social jamais criados. E na sua essência está em guerra invisível contra a população. A dívida é a arma usada para conquistar e escravizar sociedades, e os juros são sua munição principal. Enquanto a maioria de nós circula sem saber dessa realidade, os bancos, associados aos governos e corporações continuaram a aperfeiçoar e expandir suas tácticas de guerra económica.

Traduzido do documentário Zeitgeist Addendum de Peter Joseph e adaptado para artigo por Rolando Cardoso (FUTURAGORA)

Rolando Cardoso

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