domingo, 30 de setembro de 2007

A CHUVA


ILUMINISMO

ILUMINISMO
TRABALHO FEITO POR LEONARDO CLEBER
ESTUDANTE DE HISTÓRIA DA UNOPAR-BETIM
  • A RELAÇÃO ENTRE HISTÓRIA E
    CIÊNCIA NOS CONCEITOS ILUMINISTAS



    A filosofia das luzes foi um grande desenvolvimento verificado no domínio das idéias, do pensamento, ou mais precisamente da reflexão filosófica no decorrer do século XVIII, considerado o Século das Luzes. O ideário iluminista do progresso humano calcado na razão fez eco por muito tempo e na historia universal causou um grande impacto que levou a evolução da História. Os pensadores que defendiam estes ideais acreditavam que o pensamento racional deveria ser levado adiante substituindo as crenças religiosas e o misticismo, que, segundo eles, bloqueavam a evolução do homem. O homem deveria ser o centro e passar a buscar respostas para as questões que, até então, eram justificadas somente pela fé. A razão, ou raciocínio seria a luz que iluminaria o pensamento humano, possibilitando-lhe a elaboração de idéias que explicariam e impulsionariam as ações humanas. Não cabe ao historiador prever o futuro, mas é sua tarefa compreender o presente, o que só pode ser feito com base nas análises e experiências do passado. Se não nos cabe prever o futuro, ao menos devemos procurar fazer o melhor hoje para colhermos bons frutos no amanhã. E a ciência veio auxiliar a História na busca da razão, nos fatos concretos e científicos.

    Durante o século XVIII e o inicio do século XIX, a teoria da historia atravessou momento de substancial importância, a partir das reflexões propostas por autores que representavam o que se convencionou chamar de idealismo alemão. Notoriamente, os expoentes dessa corrente são Immanuel Kant (1721-1804) e Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831). As preocupações de Kant, segundo Gardner (1995), estão relacionados aos problemas da metafísica e da epistemologia, da moral e da estética. Uma das publicações mais relevantes de Kant sobre a Historia ocorre em 1784 sob o titulo: A Idéia de uma Historia Universal de um ponto de Vista Cosmopolita. Nesta obra, segundo Gardner, o autor sugere que: [...] se pretendemos que o curso da historia humana tenha sentido, temos que pressupor a acçao de um plano secreto [...] segundo o qual os males imediatos da historia se podem ver justificados por aquilo que finalmente ajudaram a promover[...].Os homens, enfim, são compelidos pela natureza e agem segundo essa força oculta, por um fio que os conduz a novas e melhores experiências. Segundo Kant o ser humano recebeu da Natureza certas capacidades a fim de que possa desenvolver-se. Para Kant o ser humano é um ser insociável mas pela necessidade de se desenvolver acaba por se associar, trata-se da sociabilidade insociável. E ao se associar o homem sente a necessidade de superar uns aos outros.Em suma, o idealismo kantiano propõe que os homens, uma vez dotados de razão, diferentemente dos outros animais, devem tentar executar da melhor maneira possível os designos da natureza.
    Em Hegel, a História universal pertence ao domínio do Espírito, e de todas as propriedades do Espírito, a liberdade é a mais importante e todas as outras contribuem para seu pleno efetivo. Hegel introduz na historia a idéia de que todas as coisas e idéias morrem, dá-se um sentido de movimento as coisas, ou seja que a historia é um processo em andamento.Com a abordagem dialética resulta um novo conceito de História. O presente é retomado como um longo e dramático processo; a História não é uma simples acumulação e justificação de fatos acontecido no tempo, mas é um verdadeiro engendramento, um processo cujo motor interno é a contradição. Mas Hegel ao explicar o motor gerador da realidade, desenvolve uma dialética idealista. ´´A História universal nada mais é do que a manifestação da Razão``, assim sendo Hegel coloca não a natureza, mas a idéia pura (tese), que acaba por criar o oposto a Natureza (antítese), que é a Idéia alienada, que é o mundo privado da consciência, destes dois princípios antitéticos nasce uma síntese, o Espírito, há um tempo pensamento e matéria, isto é, a Idéia que toma consciência de si através da Natureza.O que se busca, de acordo com Hegel, é o Estado como o fim da História. Esta por sua vez é preconcebida como um processo ordenado compreendido espiritualmente, ou melhor, pelo pensamento.
    A História do mundo pretende´´que o espírito alcance o saber do que é verdadeiramente e objetive esse saber, o realize, fazendo dele um mundo existente, e se manifeste objetivamente a si mesmo: os princípios dos espíritos dos povos, em uma necessária e gradual sucessão, não passam de momentos do único espírito universal, o qual, através deles, na Historia, se eleva e finaliza em uma totalidade autocompreensiva.``

    Comte é contrário à erudição extremada dos historiadores dos séculos XVIII e XIX, e coloca a importância dos resultados gerais em vez dos detalhes, que eram o forte do historiador tradicional que atribuía o caráter de verdade e precisão ao conhecimento que produzia. Na verdade, para esse filósofo, todas as ciências, alicerçam seu método nas generalidades, nos eventos mais comuns e que se repetem freqüentemente; esses sim são os eventos mais essenciais a considerar: ´´Assim circunscrito, o verdadeiro campo que convém à nossa análise histórica deve somente conter os resultados mais gerais da exploração ordinária do passado, descartando toda apreciação demasiado detalhada.``, Auguste Comte acreditava que os pesquisadores deveriam encontrar o fator que determinasse a verdadeira História: ela seria algo indiscutível e localizada através dos documentos governamentais que jamais estariam errados, com omissões, ou com suas analises mudadas. De acordo com tal forma de análise, apenas as histórias militares e políticas teriam importância de serem verificadas. Após a localização dos fatos do passado, deveriam ser criadas leis gerais que explicassem todos dados coletados. A quantidade de leis deveria ser a mínima possível, até se alcançar uma lei única e universal. Ai surge à idéia de uma pesquisa cientifica e com métodos a serem seguidos pela razão. Até então, as narrativas históricas se limitavam às idéias que misturavam credos religiosos com possíveis realidades, impossibilitando de serem separados um do outro, ou mesmo narrativas dos grandes homens do passado que tivessem presenciado os fatos ocorridos. Comte dilacera as histórias tradicionais, debulhando seus objetos privilegiados de estudo, seu método e sua fundamentação: ´´Na pesquisa das verdadeiras leis da sociabilidade, todos os eventos excepcionais ou todos os detalhes muito minuciosos, tão infantilmente estudados pela curiosidade irracional dos compiladores cegos de anedotas estéreis, devem ser quase sempre abandonados como essencialmente insignificantes: ao passo que a ciência deve, sobretudo se preocupar com os fenômenos os mais vulgares (...)``.


    À medida que o idealismo e o positivismo, e outras linhas de pensamento propagava se entre estudantes e mestres europeu, proporcionando fabulosos e acalorados momentos de discussão nas universidades, e em diversos outros lugares a sua critica já estava a caminho. Karl Marx e Friedrich Engels, passaram de hegelianos esforçados de primeira hora, para críticos mordazes em segundo momento. Enquanto em Hegel o conhecimento surge da oposição e embate entre idéia (idealismo) e a sua contra idéia, Marx afirma que o conhecimento não está preso ao mundo das idéias - metafísico e abstrato-mas que o conhecimento nasce da relação entre a reflexão e a experiência. Para ele o mundo material - empírico – tem papel preponderante na construção do conhecimento. Nasce à criação de Marx e Engels, o Materialismo Histórico, que veio influenciar as futuras geraçoes de historiadores.

    A corrente historiográfica, a Escola dos Annales, liderada por Marc Bloch, deferiram grandes criticas ao Positivismo, e inovou com uma grande revolução na historiografia introduzindo a problematizaçao e a luta constante por uma Historia totalizante.


    Segundo Burke, a revista dos Annales foi fundada com algumas idéias diretrizes: "Em primeiro lugar, a substituição da tradicional narrativa de acontecimentos por uma história-problema. Em segundo lugar, a história de todas as atividades humanas e não apenas história política. Em terceiro lugar, visando completar os dois primeiros objetivos, a colaboração com outras disciplinas, tais como a geografia, a sociologia, a psicologia, a economia, a lingüística, a antropologia social, e tantas outras”.
    Podemos concluir que a evolução da História esteve ligada aos diversos pensadores que surgiram com as idéias iluministas e aliados com a ciência proporcionaram grandes mudanças na forma de se conceber a História que conhecemos hoje. E isto faz com que concluamos que a História está em plena evolução e que ela não é um saber acabado. E assim ela estuda a vida humana atraves do tempo, nesse sentido, o conhecimento histórico alarga a compreensão do homem enquanto ser que constrói seu tempo. E a reflexão histórica nos ajuda a compeender o que podemos ser e fazer. Assim podemos fazer das palavras de Fernand Braudel as nossas: ´´História é ciência do passado e do presente, um e outro inseparáveis``. Por isso,cada historiografia não deve ter a pretensão de fixar verdades absolutas, interpretações eternas, pois a História, mesmo como ciência, é uma atividade contínua de pesquisa.




    BIBLIOGRAFIA

    COMTE, Auguste. Cours de philosophie positive - Tome V: La partie historique de la philosophie sociale. Paris: Anthropos, 1969 (impressão anastáltica da 5ª edição francesa, de 1894).
    BURKE, Peter. A Escola dos Annales: A Revolução Francesa na Historiografia - 1929-1989. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista.
    JUNIOR, Dirceu Casa Grande.Teoria da História.Londrina: Editora CDI HISTORIA MODULO 2, 2007 Pág.135-169.
    ARANHA, Maria Lúcia Arruda, Introdução à filosofia, ed. Moderna Ltda, SP – Brasil, 1993.
    MARTINS, Maria Helena Pires, Introdução à filosofia, ed. Moderna Ltda, SP – Brasil, 1993.
    HEGEL, Georg W. Friedrich, Os pensadores, Abril Cultural, São Paulo, 1980.

domingo, 23 de setembro de 2007

Mário Schimidt

Veja a resposta do autor na integra na íntegra
O livro de história que Kamel difamou
A respeito do artigo do jornalista Ali Kamel no jornal O Globo de 18 de setembro de 2007 sobre o volume de 8ª série da obra Nova História Crítica, de Mario Schmidt, o autor e a Editora Nova Geração comentam: Nova História Crítica da Editora Nova Geração não é o único nem o primeiro livro didático brasileiro que questiona a permanência de estruturas injustas e que enfoca os conflitos sociais em nossa história. Entretanto, é com orgulho que constatamos que nenhuma outra obra havia provocado reação tão direta e tão agressiva de uma das maiores empresas privadas de comunicação do país.
Compreendemos que o sr. Ali Kamel, que ocupa cargo executivo de destaque nas Organizações Globo, possa ter restrições às posturas críticas de nossa obra. Compreendemos até que ele possa querer os livros didáticos que façam crer ''que socialismo é mau e a solução para tudo é o capitalismo''. Certamente, nossas visões políticas diferem das visões do sr. Ali Kamel e dos proprietários da empresa que o contratou. O que não aceitamos é que, em nome da defesa da liberdade individual, ele aparentemente sugira a abolição dessas liberdades.
Não publicamos livros para fazer crer nisso ou naquilo, mas para despertar nos estudantes a capacidade crítica de ver além das aparências e de levar em conta múltiplos aspectos da realidade. Nosso grande ideal não é o de Stálin ou de Mao Tsetung, mas o de Kant: que os indivíduos possam pensar por conta própria, sem serem guiados por outros.
Assim, em primeiro lugar exigimos respeito. Nós jamais acusaríamos o sr. Kamel de ser racista apenas porque tentou argumentar racionalmente contra o sistema de cotas nas universidades brasileiras. E por isso mesmo estranhamos que ele, no seu inegável direito de questionar obras didáticas que não façam elogios irrestritos à isenção do Jornal Nacional, tenha precisado editar passagens de modo a apresentar Nova História Crítica como ridículo manual de catecismo marxista. Selecionar trechos e isolá-los do contexto talvez fosse técnica de manipulação ultrapassada, restrita aos tempos das edições dos debates presidenciais na tevê. Mas o artigo do sr. Ali Kamel parece reavivar esse procedimento.
Ele escolheu os trechos que revelariam as supostas inclinações stalinistas ou maoístas do autor de Nova História Crítica. Por exemplo, omitiu partes como estas: ''A URSS era uma ditadura. O Partido Comunista tomava todas as decisões importantes. As eleições eram apenas uma encenação (...). Quem criticasse o governo ia para a prisão. (...) Em vez da eficácia econômica havia mesmo era uma administração confusa e lenta. (...) Milhares e milhares de indivíduos foram enviados a campos de trabalho forçado na Sibéria, os terríveis Gulags. Muita gente foi torturada até a morte pelos guardas stalinistas...'' (pp. 63-65).
Ali Kamel perguntou por onde seria possível as crianças saberem das insanidades da Revolução Chinesa. Ora, bastaria ter encotrado trechos como estes: ''O Grande Salto para a Frente tinha fracassado. O resultado foi uma terrível epidemia de fome que dizimou milhares de pessoas. (...) Mao (...) agiu de forma parecida com Stálin, perseguindo os opositores e utilizando recursos de propaganda para criar a imagem oficial de que era infalível.'' (p. 191) ''Ouvir uma fita com rock ocidental podia levar alguém a freqüentar um campo de reeducação política. (...) Nas universidades, as vagas eram reservadas para os que demonstravam maior desempenho nas lutas políticas. (...) Antigos dirigentes eram arrancados do poder e humilhados por multidões de adolescentes que consideravam o fato de a pessoa ter 60 ou 70 anos ser suficiente para ela não ter nada a acrescentar ao país...'' (p. 247) Os livros didáticos adquiridos pelo MEC são escolhidos apenas pelos professores das escolas públicas. Não há interferência alguma de funcionários do Ministério.
O sr. Ali Kamel tem o direito de não gostar de certos livros didáticos. Mas por que ele julga que sua capacidade de escolha deveria prevalecer sobre a de dezenas de milhares de professores? Seria ele mais capacitado para reconhecer obras didáticas de valor? E, se os milhares de professores que fazem a escolha, escolhem errado (conforme os critérios do sr. Ali Kamel), o que o MEC deveria fazer com esses professores? Demiti-los? Obrigá-los a adotar os livros preferidos pelas Organizações Globo? Internar os professores da rede pública em Gulags, campos de reeducação ideológica forçada para professores com simpatia pela esquerda política? Ou agir como em 1964?

sábado, 15 de setembro de 2007

A HISTÓRIA DO HOMEM NO SEU TEMPO

A História do homem no seu tempo foi usada pela primeira vez por Marc Bloch e Lucien Febrve, e esta é a História que eu, Leonardo, adotarei ao ensinar meus alunos a questionar os acontecimentos que nos rodeiam, presente ou do passado. Sou aluno da Unopar Betim, bolsista do Prouni, sou muito grato ao presidente Lula por este programa e se de mim depender ele nunca vai se arrepender, pois eu farei de tudo para isto. Como disse sou aluno da Unopar Betim e estou muito satisfeito com este curso, o aproveitamento é muito bom.

O ENCONTRO DO EUROPEU COM O AFRICANO

O ENCONTRO DO EUROPEU COM O AFRICANO Trabalho apresentado a Unopar por: LEONARDO CLEBER O homem moderno europeu apesar do...